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Saudação ao novo Papa Leão XIV

O cardeal Robert Prevost foi eleito Papa no dia 8 de maio. 
Recordemos, nas suas primeiras palavras, a defesa de “uma paz desarmada e uma paz que desarma, que é humilde e perseverante” e do apelo a uma “Igreja unida, procurando sempre a paz, a justiça”.
Leão XIV sucede a Leão XIII que, precisamente neste dia 15 de maio, do ano de 1891, publicava a encíclica Rerum Novarum ("Das coisas novas").
O documento, surgido na sequência da revolução industrial, nos finais do séc. XIX, aborda a condição dos operários, dos ricos e dos pobres, do papel do poder público e da Igreja.
Revisitemos algumas das suas palavras que, à luz das circunstâncias que vivemos, se revelam muito atuais.

“Certamente, se existe algures uma família que se encontre numa situação desesperada, e que faça esforços vãos para sair dela, é justo que, em tais extremos, o poder público venha em seu auxílio, porque cada família é um membro da sociedade. Da mesma forma, se existe um lar doméstico que seja teatro de graves violações dos direitos mútuos, que o poder público intervenha para restituir a cada um os seus direitos. Não é isto usurpar as atribuições dos cidadãos, mas fortalecer os seus direitos, protegê-los e defendê-los como convém.”
Temos hoje o Estado Social que procura responder aos mais carenciados, desfavorecidos e a situações de vulnerabilidade como o abandono ou maus tratos. A violência física acompanha, nos nossos tempos, a violência psicológica, através das redes sociais, da linguagem ofensiva (bullying) e outras ameaças a que temos de estar todos, enquanto sociedade, atentos e empenhados em combater. 
As Instituições Particulares de Solidariedade Social estão na primeira linha da resposta.

“O trabalho é o meio universal de prover às necessidades da vida”.
Sendo um direito constitucionalmente consagrado em Portugal, o direito ao trabalho não está assegurado a muitas pessoas, ou tendo trabalho não lhes permite viver acima do limiar da pobreza ou ter as condições básicas.
No setor social e solidário, acreditamos e dependemos do trabalho que é realizado, todos os dias, por diferentes profissionais, de diferentes idades. Um trabalho muitas vezes silencioso, esquecido e que tem de ser mais valorizado e reconhecido. 
“a Igreja é guarda e intérprete, é de natureza a aproximar e reconciliar os ricos e os pobres, lembrando às duas classes os seus deveres mútuos e, primeiro que todos os outros, os que derivam da justiça.”
Uma sociedade mais justa tem oportunidades para todos, de acordo com os seus talentos e competências e, em vez de dividir ricos e pobres, procura a concórdia das classes, porque “não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho sem capital”.
Cada um, por todos, todos, todos.

José Carlos Batalha

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